DISFAGIA NO PACIENTE COM AVC: ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NA REABILITAÇÃO 

DISFAGIA NO PACIENTE COM AVC: ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NA REABILITAÇÃO 

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma condição médica devastadora que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Uma das complicações frequentes do AVC é a disfagia, que se traduz na dificuldade de engolir alimentos e líquidos. A disfagia pós-AVC representa um desafio significativo, uma vez que pode levar a complicações graves, como pneumonia aspirativa, desnutrição e desidratação. A atuação fonoaudiológica desempenha um papel crucial na reabilitação desses pacientes, ajudando-os a recuperar a função de deglutição e melhorar sua qualidade de vida. 

DISFAGIA NO PACIENTE COM AVC 

  1. Definição e Etiologia:  

A disfagia, condição caracterizada pela dificuldade de engolir, é uma complicação comum em pacientes que sofreram um Acidente Vascular Cerebral (AVC). No contexto do AVC, a disfagia pode ser desencadeada por danos ao sistema nervoso central, fraqueza muscular, falta de coordenação na deglutição e alterações na sensibilidade. A lesão cerebral causada pelo AVC frequentemente afeta as áreas do cérebro responsáveis pelo controle da deglutição. Isso pode resultar em dificuldades para transportar o alimento da boca para o estômago de maneira segura. Além disso, a fraqueza muscular, comumente associada ao AVC, pode prejudicar a capacidade de controlar os movimentos da língua, boca e laringe durante a deglutição. A alteração da sensibilidade pode levar à dificuldade em perceber a presença de alimentos na boca ou o reflexo da tosse, o que aumenta o risco de aspiração de alimentos ou líquidos nos pulmões. 

  1. Diagnóstico:  

O diagnóstico preciso da disfagia em pacientes pós-AVC é fundamental para determinar a gravidade do problema e definir a abordagem de tratamento adequada. Existem várias ferramentas e métodos utilizados para avaliar a disfagia nesse contexto. 

  • Videofluoroscopia: Este é um exame de imagem, realizado por um fonoaudiólogo, que permite observar a deglutição em tempo real, usando raios-X e contraste, fornecendo informações detalhadas sobre o movimento dos alimentos e líquidos na garganta e no esôfago. 
  • Endoscopia: A endoscopia é outra técnica, realizado por um médico, que envolve a inserção de um tubo fino e flexível equipado com uma pequena câmera na garganta do paciente. Isso permite a visualização direta das estruturas envolvidas na deglutição. 
  • Avaliação clínica: Além dos exames instrumentais, a avaliação clínica do paciente, realizado por um fonoaudiólogo, incluindo a observação dos sintomas relatados e o exame físico, é importante para identificar os sinais de disfagia, como engasgos, tosse durante a alimentação e perda de peso não intencional. 
  1. Tratamento e Intervenção Fonoaudiológica:  

A intervenção fonoaudiológica desempenha um papel fundamental na reabilitação da disfagia pós-AVC. As estratégias terapêuticas visam melhorar a função de deglutição, reduzir o risco de complicações e, em última instância, melhorar a qualidade de vida do paciente. Algumas das abordagens terapêuticas incluem: 

  • Exercícios de deglutição: Os fonoaudiólogos podem prescrever exercícios específicos destinados a fortalecer os músculos envolvidos na deglutição e melhorar a coordenação. 
  • Orientações dietéticas ou mudanças na consistência do alimento: Dependendo da gravidade da disfagia, pode ser necessário ajustar a consistência dos alimentos e líquidos na dieta do paciente. Isso pode envolver a transição para dietas mais pastosas ou líquidos espessados para tornar a deglutição mais segura. 
  • Técnicas de compensação: Em casos mais graves, técnicas de compensação, como a postura durante as refeições ou manobras de deglutição específicas, podem ser ensinadas ao paciente para minimizar o risco de aspiração. 

CONCLUSÃO 

A disfagia pós-AVC é uma complicação comum que pode ter graves consequências para a saúde e a qualidade de vida do paciente. A atuação fonoaudiológica é essencial na reabilitação desses pacientes, permitindo-lhes recuperar a função de deglutição e minimizar os riscos associados à disfagia. É importante destacar que a abordagem interdisciplinar, envolvendo médicos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais e outros profissionais de saúde, é essencial para garantir o melhor atendimento ao paciente pós-AVC. A reabilitação fonoaudiológica desempenha um papel crucial como parte desse cuidado integrado, proporcionando aos pacientes a oportunidade de melhorar sua qualidade de vida e minimizar os impactos da disfagia em sua recuperação. 

Revisão técnica: Patrícia Morinigo Paes, fonoaudióloga clínica e domiciliar, na ReabilityClin, especializada em Voz, Disfagia e Especializanda em Linguagem. 

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