A disfagia infantil é um distúrbio que interfere na capacidade da criança de engolir de forma adequada. Essa condição pode resultar em complicações graves, como desnutrição, pneumonia aspirativa e insuficiência respiratória. É essencial entender as causas subjacentes, os sinais e sintomas, os métodos de diagnóstico e as opções de tratamento para melhorar a qualidade de vida das crianças afetadas. Neste artigo, abordaremos esses aspectos em diferentes faixas etárias.
CAUSAS DA DISFAGIA INFANTIL
A disfagia infantil pode ser causada por uma variedade de fatores, incluindo anomalias anatômicas, distúrbios neuromusculares, doenças gastrointestinais, lesões traumáticas, refluxo gastroesofágico, entre outros. Em neonatos, causas comuns incluem imaturidade do sistema nervoso central e anormalidades estruturais. Em crianças mais velhas, causas adicionais podem incluir lesões encefálicas adquiridas, como traumatismo craniano, encefalopatia anóxica.
SINAIS E SINTOMAS DA DISFAGIA INFANTIL
Os sinais e sintomas da disfagia infantil podem variar dependendo da idade da criança. Em neonatos, podem incluir recusa alimentar, baixo ganho de peso, engasgos frequentes, tosse durante a alimentação e choro excessivo durante a alimentação. Em crianças mais velhas, os sintomas podem incluir dificuldade para mastigar, engolir, regurgitação frequente, alterações na qualidade vocal, dor durante a alimentação e recusa de alimentos sólidos.
DIAGNÓSTICO E AVALIAÇÃO
O diagnóstico preciso da disfagia infantil é crucial para determinar o tratamento adequado. Geralmente, envolve uma avaliação multidisciplinar, incluindo pediatras, fonoaudiólogos, gastroenterologistas, radiologistas e nutricionistas. A história clínica detalhada, exame físico e avaliação da deglutição são componentes importantes do processo diagnóstico. Testes específicos, como videofluoroscopia da deglutição, endoscopia, estudos de motilidade esofágica e manometria esofágica, podem ser realizados para fornecer informações mais detalhadas sobre a função da deglutição e identificar possíveis anormalidades. Exames complementares, como exames de sangue, exames de imagem, como radiografias contrastadas e ultrassonografia, também podem ser úteis na investigação da causa subjacente da disfagia infantil. Esses exames podem ajudar a identificar malformações anatômicas, lesões ou outras condições que possam estar contribuindo para a dificuldade de deglutição.
TRATAMENTO DA DISFAGIA INFANTIL
O tratamento da disfagia infantil depende da causa subjacente e da gravidade dos sintomas. É importante adotar uma abordagem multidisciplinar, envolvendo médicos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e nutricionistas, para garantir uma intervenção abrangente. Em alguns casos, modificações alimentares podem ser suficientes para melhorar a disfagia. Isso pode incluir a espessura dos alimentos e líquidos para facilitar a deglutição, a mudança na textura dos alimentos e a adaptação das técnicas de alimentação. Em outros casos, a introdução de sondas de alimentação temporárias ou permanentes pode ser necessária para garantir a nutrição adequada e evitar complicações. Além disso, a terapia de deglutição desempenha um papel crucial no tratamento da disfagia infantil. Os fonoaudiólogos especializados em disfagia podem ajudar a criança a fortalecer os músculos envolvidos na deglutição, melhorar a coordenação entre a respiração e a deglutição e ensinar estratégias para reduzir o risco de aspiração. Em casos mais complexos, a intervenção cirúrgica pode ser necessária para corrigir anomalias anatômicas ou tratar condições subjacentes que afetam a deglutição.
A disfagia infantil é uma condição séria que pode afetar a saúde e o bem-estar de crianças de diferentes faixas etárias. É essencial reconhecer os sinais e sintomas precocemente, realizar um diagnóstico adequado e implementar um plano de tratamento abrangente. A abordagem multidisciplinar, incluindo médicos, fonoaudiólogos e outros profissionais de saúde, desempenha um papel fundamental na gestão eficaz da disfagia infantil. Com o tratamento adequado, é possível melhorar a qualidade de vida e garantir uma nutrição adequada para as crianças afetadas.
Revisão técnica: Patrícia Morinigo Paes, fonoaudióloga clínica e domiciliar, na
ReabilityClin, especialista em voz e disfagia.
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